quarta-feira, 22 de junho de 2011

No PR, nasce bebê gerado com sêmen de pai morto

Nasceu na segunda-feira, na capital do Paraná, a filha de um homem que morreu em fevereiro do ano passado. Luísa Roberta foi gerada pela mãe, a professora Kátia Lenerneier, de 39 anos, com o sêmen congelado do marido, Roberto Jefferson Niels, morto aos 33 anos em decorrência de um câncer.

A Resolução 1.385, do Conselho Federal de Medicina (CFM), de 1992, que trata da ética na utilização de técnicas de reprodução assistida, impedia que a inseminação artificial fosse feita, porque Niels não tinha deixado uma autorização por escrito para a utilização de suas células sexuais para esse fim. ?O sêmen me pertence, posso fazer o que quiser, menos destinar para mim mesma?, afirmou Kátia na ocasião. Portanto, ela precisou recorrer à Justiça para poder engravidar. Conseguimos demonstrar, com declarações da família, de amigos, de médicos, que a vontade dele (Niels) era ter um filho?, declarou a advogada de Kátia, Dayana Dallabrida, em 2010. O juiz Alexandre Gomes Gonçalves, da 13ª Vara Cível de Curitiba, autorizou, em maio do ano passado, que o sêmen fosse utilizado, após a Clínica e Laboratório de Reprodução Humana e Andrologia (Androlab) ter se recusado a fazer a intervenção, justamente porque o termo assinado quando da coleta não expressava a destinação do sêmen. A professora e o marido haviam procurado a Androlab no ano de 2008, antes mesmo de Niels receber o diagnóstico de câncer, porque ambos estavam casados havia cinco anos e desejavam um filho, mas as tentativas de engravidar não estavam sendo bem-sucedidas. Por orientação de uma médica que operou Niels, a decisão de congelar o seu sêmen foi tomada antes do início das sessões de quimioterapia, após ele ter sido diagnosticado com um melanoma com metástase. Contrariando as pequenas probabilidades de a gestação ocorrer - eram de 20% a 30% em cada tentativa -, Kátia engravidou em setembro, já na segunda sessão, por meio da fertilização em laboratório e posterior introdução do embrião em seu útero. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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